Consciencializei-me, do
narcisismo que habita em mim… quando por entre turbulentas e clarividentes caminhadas, submersas em batalhas do pensamento, observo, como reflexo ôntico
de uma lógica tardia, a insondável verdade de um corpo que se esbarra em si
mesmo: quando no meu (agora mais lento) passear por aí, piso em essência,
bruscamente, uma folha que outrora branca, é um pedaço de papel, agora caído e
pisado na sua leveza, contra o solo das minhas botas. E o pensamento começa
aqui: quando a cabeça bate por dentro, agrilhoada, por eventos contingentes, contra
limitações e condicionantes: molduras sistémicas logicamente estéticas! É
quando a vontade é pelo cérebro esticada até que rebenta para lá da sua
obscuridade: resultando numa brecha ou fissura intensa, por onde o pensar
violentamente cria: o impensável, o impossível, o desejado, o amanhã de um
acontecimento traumático, mas belo, na sua génese… é quando uma representação
pictórica se desdobra em obra e se expressa linguisticamente, no horizonte de uma
consciência ainda sem território, irónica de si…