sem título "





( literalmente sentado, mentalmente despido de conceitos


filosoficamente de juízo suspenso e esteticamente livre…

oh mestre! não, não… não, não e não

não mais construirei castelos afetos em vão

pois propositadamente para o chão derrubá-los-ei diariamente

para que a toda a hora e momento se desenvolvam sãos

e assim, em pura e absoluta razão

o amor somente a si próprio se deva

pois imagina, oh mestre

livre de qualquer heterodoxia e de secundários princípios

girando sobre a suas próprias vísceras

ele apenas em sábia intenção atua

gerando no peito o implante correto da pura forma

que purga o leito onde repousa a minha querida musa

(que já não sei se tenho, se algum dia verdadeiramente tive ou terei )

mas que é real, no espiritual local onde as palavras moram

por isto, oh mestre

que a tua luz sem temor derrube os erros trágicos

e que a tua existência afaste as sombras da desilusão

que neste meu templo sagrado correm e discorrem

para que assim, oh mestre

em verdadeiro ato criador o oráculo eu surpreenda

e a vida se realize em si mesma próspera

pela limpidez de encobertas e ausentes lágrimas

que filhas daquele interno conflito que integra palavras soltas

ainda acorrentadas pelo destino insólito e moribundo

escapam à dialética que no sangue disperso

une os amantes corajosamente apaixonados

pelo sal do eterno incondicionado

para que as possibilidades embaladas e consoladas pelo vento

transformem em autêntica a rebelde realidade

que irreverente o ferido tempo desmobiliza

para que sublime a minha voz murmure afetos

ao recordar os traços as cores e os movimentos

de um belo rosto e virtuosas características divas

que em harmonia fruem lentamente

para o projeto dos eternos idealistas )