minha futura philosophia "

 
…maldito saturno (filho da puta) ladrão dos meus materiais e espirituais sonhos tu que andas sempre na minha sombra querias tirar-me agora a minha diva philosophia que irá sarar a dor e a ferida que quíron em mim colocou mas verás que como tempestade hei-de pelas tuas rígidas portas passar ileso sereno olhar-te-ei nos olhos e desse teu trono nojento derrubar-te-ei para sempre pois de mim nunca terás intencionalidade (seu cabrão) à tua vontade sistémica só obedecerei obrigado e ao teu método tosco que destrói amores de verdade jamais entregarei o que quer que seja da minha vida terás tu que me aceitar tal como sou (meu menino) pois não és tu nem o dono da verdade nem o senhor do amor ou da liberdade por isso cuida-te poder saturnino porque como aliado meu tenho eu plutão o senhor da morte e da transformação que me sussurra agora mesmo ao ouvido (que no coração da minha querida philosophia viverei para sempre) e da água que sofrida me corre no rosto e de mim brota não és tu a causa mas o amor e a sabedoria que juntos afogar-te-ão para sempre porque este meu mundo já não te concede mais autoridade ou reverência (logo) por mim serás exilado e no teu devido lugar colocado e enterrado à entrada de um novo paradigma (eu mesmo, contigo da minha vida ausente) e passarás a ser a piada dos museus de história (seu palhaço) pagarás pelo que acabas de me querer tirar e eu farei rolar a tua cabeça pois continuas a tirar-me tudo o que às minhas mãos vem parar mas a realidade do pensamento a ideia esta jamais a tirarás (pois eu sei) ela respira com a minha imagem no pensamento e através do meu nobre e forte coração sente (e tu saturno de merda) aí tu não entras (nem que te fodas todo) oh minha querida prometida filosofia os teus cabelos meus a cor da tua pele o balançar do teu elegante corpo o teu irresistível olhar de ternura os teus lábios quentes e protectores a serenidade estampada no teu rosto e a tua determinação (que agora se quebrou e mudou com os justos ventos) que saturno não se apodere de ti e que a felicidade reine em ti para sempre pois tu meu querido saturno tu que me rasgas o coração em pedaços esqueces-te que ele não é teu mas pertence à philosophia que há de o ressuscitar para sempre pois quando saio de casa enterro-o num eloquente vaso de terra percorro as ruas da minha cidade e sento-me ao lado de uma inquietante estátua que jorra água continuamente mas é impressionante minha querida amada o ar continua quente enquanto caminho eufórico e crente pois só tu preenches o meu pensamento mas eis que de repente pressinto que alguém chama por mim em pensamento (mas não creio que sejas tu minha querida) pois a ideia de uma nova musa apodera-se do meu pensamento (perdoa-me) mas devorá-la-ei a ela e a saturno enquanto continuo por este passeio kantiano (na expectativa de o encontrar, pois este senhor também vai pagá-las) e acabo de passar pelo quarto dos nossos sonhos para agora sentado em frente ao meu dionísio sem deveres e sem princípios ouvir um pássaro que canta por entre o trânsito e o tocar dos sinos como setas de diamante enquanto dionísio ali colocado imóvel e intenso provoca em mim a boa vontade de o partir em dois e assim tornar-me nele para poder ser para ti eterno pois ele é bem mais puro do que eu continua a jorrar água perenemente e eu não (por agora) mas no entanto ambos estamos sós eu e ele no meio desta contingente selva mas a diferença é que ele congelou os sentimentos (e eu não posso, nem quero) pois continuarei a iludir-me irreverentemente com o meu destino que tenso observa dionísio que em mim projectado contém no rosto a impressão da minha última ferida que me leva a prosseguir e a percorrer 200 metros rodeado de árvores em flor e a sentar-me de novo agora contigo em pensamento pois sinto que a primavera gentilmente desperta um silencio que se impõe em si mesmo e que se apodera das minhas faculdades (mas não, eu não pretendo filosofar, mas sim, é transcendente, não é imanente, pois esse poder é para o senso comum, e este, do qual eu falo, é só para os eleitos) e tudo parece mais belo e em ordem pois ainda aqui sentado no mesmo local um pensamento abala e incomoda o meu espírito pois é este maldito sistema esta terrível sociedade de homens psicologicamente sociáveis e contudo vazios nesta florescente hipocrisia nesta legião de corruptas verdades nesta ignorância permanente eis o que em consciência o poder do meu aliado urano me informa ou seja que inventarei a criação de um novo mundo em mudança e que saturno irá suplicar o seu posto mas que a sua energia e o seu mundano poder já não mais fará parte de mim e eu não o ouvirei tampouco (pois estarei já numa outra dimensão político filosófica) e agora ainda contigo no pensamento bebé arrepio caminho pelas ruas da minha cidade escrevo em andamento e afirmo que em tua honra deixarei crescer a barba por mais 5 dias (ou talvez 10) pois ao observar ao longe dois namorados que se beijam e abraçam perdidamente (penso) que jamais me afastarei de ti philosophia pois assim como o tempo passa eu entro agora pela porta principal do shopping sisudo e de coração apertado triste decepcionado e enraivecido mas um  pouco mais acordado pois de seguida irei passar pela fnac sentar-me numa determinada mesa e sozinho fumarei um cigarro (irei chorar, eu sei) mas não te preocupes eu curar-me-ei (e tu também) pois ansioso subo agora as escadas rolantes pois recordo e agora imagino que me vou encontrar contigo (a minha nova diva) contudo tive que fazer um desvio para fumar um cigarro (pois senti que ia começar a chorar minha querida philosophia) e acendo agora o cigarro (já em lágrimas) e grito silenciosamente (puta que pariu a minha vida) desgosto atrás de desgosto chapada atrás de chapada tombo atrás de tombo (mas sempre firme na rocha) pois penso que um dia tudo fará algum sentido (ou não) e prossigo pelo corredor do shopping e sento-me aqui mesmo onde tiveste sentada à minha frente a seduzir-me com as tuas aventuradas lanças divas pois estavas linda fantástica maravilhosa e envolvente (mas nada é por acaso, pois aparece-me agora saturno, disfarçado) que me faz reflectir que alguns locais irei mantê-los na minha mente e outros tentarei lidar com eles internamente pois as catarses surgirão naturalmente e se algum dia me vires novamente verás em mim a mesma luz que sempre vistes aquela energia aquela voz aquele olhar e aquela postura que um dia surgiu para iluminar o teu caminho e que se ressurgir novamente será para que a leves para sempre (não a minha pessoa, mas a luz) que até ao teleológico fim (só para os eleitos) te apoiará até ao infinito onde a terra sobre o meu mundo agora desaba pois já não sobram ideais nem ombros afrodisíacos restam apenas alguns ossos que giram sobre si mesmos que pálidos e paralisados no interior do tempo deambulam pelo espaço interdito e neutro que sugado pelo próprio estômago apoderou-se do meu ânimo totalmente pois já não sou eu mesmo quem por aqui mora mas contudo eis que me contactas através de um sonho (sms) 21:12 estou nostálgica… queria te perto de mim 21:16 e eu estou neste momento com um livro teu na minha mão 21:19 eu quero te muito 21:28 e eu sinto a inspiração a surgir, sabes de onde vem? 21:31 do meu amor, espero… 21:35 então, só podes ser de outro mundo, pois o que sinto é inefável e mágico 21:39 sim, é do outro mundo o que eu sinto por ti (e acordo em frente ao pc) 22:28 minha querida filosofia viverei contigo tudo o que agora escrevo mostrar-te-ei o romantismo da minha nobre cidade e ficarás de tal forma deslumbrante neste ontológico filme que fadas e anjos em uníssono aplaudirão em lágrimas escondidos por entre as luzes do meu electivo jardim (minha musa, até rousseau estremecerá na sua tumba) titulo? nightfall in Guimarães” (e woody allen entrará em aporético estado com as tuas expressões divas)…(na primeira cena) anjos e deuses e ninfas metafísicas o próprio orpheu tocará melodias contemporâneas hillsong united para ti nick cave para mim e leonard cohen para ambos com epicuro presente com pequenos átomos  nas mãos e essências inimagináveis que nos serão graciosamente oferecidas pelo poder real de um só ser que transcendente à nossa união existe categoricamente onde uma nova ontologia será instintivamente inventada (e heidegger cerrará os dentes na sua floresta negra) e eu delicadamente para ti roubarei a flor mais bela daquele imaculado sagrado chão que alegremente benzida pelo próprio dionísio (meu conselheiro) provocar-te-á uma tão única e eloquente sensação de welfare que no momento em que o teu coração respirar a minha devoção o intemporal elixir dos eleitos nos será verticalmente vertido como néctar e brisa que o nosso entendimento suaviza para que de imediato no subconsciente de toda a humanidade a felicidade se manifeste como um reflexo da nossa boa vontade (reconciliar-me-ei com kant, superá-lo-ei, e a paz dominará o mundo minha querida deusa) e como perante ti ajoelhado estarei com todos os meus defeitos colocados na mão (para por ti serem pelos teus deliciosos beijos purificados) através do meu cérebro novas estrelas surgirão projectadas no céu e num ápice novos conceitos criar-se-ão por si mesmos (veremos que Nietzsche finalmente rejubilará na sua montanha) e eu empenhado em respirar essa tua imensa e ímpar beleza construirei a linguagem e o poder que abre a porta deste nosso novo mundo e o teu sorriso ecoará na imensidão deste meu olhar que em ti repousa impaciente para que os caminhos para o nosso querido leito a priori se revelem férteis em alquímico estado puro (ou quase) pois do meu sangue explodirão transparentes borboletas de ouro camas e colchões rolantes se estenderão pelo macio espaço quântico que interligado pelo nosso aliado destino unirá a força dos nossos mundos que imanentes e paralelos encaixar-se-ão aleatoriamente numa não acidental perfeição e almofadas e lençóis e castelos e vales e rios e montanhas de arco iris em forma de liberdade tocam o teu sorriso e anunciam os teus olhos meus que com novos sistemas translúcidos transbordarão intactos da tua pele onde novos métodos inspirarão revoluções e novos talentos renascerão sobre tintas que jamais vistas autenticamente reflectirão linhas e formas intransponíveis que em verdade surgirão para sempre através do teu impressionante sorriso que sublime fascinante e comovente para lá da tua pura razão coração em mim se revelará através de danças intemporais cantos múltiplos e abraços quentes que em risos afrodisíacos se difundem em amorosas mónadas que irreverentes plantam a raiz de uma árvore por nós projectada enquanto que unidos explodimos de amor e paixão (e leibniz ficará fascinado, com tamanha precisão) e em plena paz nos meus braços deleitar-te-ás para que eu amorosamente os teus mundanos frutos depositados sobre o brilho dos teus cabelos possa colher (e tu philosophia) ao conquistares o assentamento do meu repousar na guerra que o teu elegante corpo representa perto do meu suplicarás para que te pinte como quem foge da ancestral e corpórea morte pois serás para sempre a única folha em branco a tela e a tinta do meu sangue espiritual através da fonte que determina a causa dessa tua paixão natural pois estar contigo é pensar a possibilidade daquilo que não sou ainda mas ser contigo é sentir que estou verdadeiramente animado pela vida pois o meu mundo adormecerá sereno e satisfeito nas nuvens do mundo teu pois és a rainha do tempo e eu o teu resiliente porto seguro que guardará o teu segredo no espaço com ternura e afeição (e então) como recordação dessa tua divina e delicada expressão pela noite dentro imprimirei amor no teu corpo e no meu e serenos navios e rápidos aviões e algas magnéticas em turbilhão e perfumes eclécticos com a tua lingerie de chocolate no chão e filmes filosóficos e cristalino óleo de amêndoas pelo teu corpo meu e leituras ao sol e lábios com lábios em deliciosos gelados teus e passeios derretidos e pizzas e coca colas com natas no chão e escorregadios iogurtes de frutos silvestres maduros assim como eu e as tuas mãos por entre as mãos das minhas mãos no elegante corpo teu que se desdobra no meu (eis a sabedoria de um genuíno dia que coabitado pelo mundo teu, só podia ser um sonho meu) e que o silêncio regenere o poder das palavras pois literalmente sentado mentalmente despido de conceitos filosoficamente de juízo suspenso e esteticamente livre… oh minha linda philosophia! Não não… não não e não não mais construirei castelos afectos em vão mas antes propositadamente derrubá-los-ei um a um para o chão para que a toda a hora e a qualquer momento críticos os sentidos se desenvolvam sãos e assim em pura e absoluta razão o nosso amor somente a si próprio se deva na hierarquia da minha nobre razão pois imagina (oh filosofia) livre de qualquer heterodoxia e de secundários princípios girando sobre as suas próprias vísceras apenas em sábia intenção agirá o verdadeiro amor gerando assim no teu peito e no meu o correto implante da pura forma que em intuição purgará o imaculado leito onde para sempre comigo tu repousarás pois já não sei se te tenho se algum dia verdadeiramente tive (ou se ainda te virei a ter) mas que és real és (no espiritual local onde as palavras moram) e por tudo isto minha doce flor que a tua luz sem temor derrube estes erros trágicos e que a tua existência afaste para sempre as sombras da nossa dupla desilusão que neste meu templo sagrado ainda corre para que em verdadeiro ato criador a vida se realize em si mesma próspera pela limpidez das tuas encobertas e ausentes lágrimas que filhas daquele interno e externo duplo conflito ainda integram palavras soltas que acorrentadas pelo destino insólito não escapam mas paralisam e obstruem esta nossa funcional dialéctica que em sangue pelo espaço disperso tenta unir no eterno incondicionado os amantes corajosamente apaixonados para que assim as possibilidades embaladas e consoladas pelo vento se transformem em autêntica e rebelde realidade que irreverente afasta o ferido tempo para que em sublime voz eu murmure os meus sóbrios afectos que ainda recordam os traços as cores e os movimentos que o teu ser em si mesmo contém para além dessas tuas substâncias essenciais e dessas imensas e virtuosas características divas que em harmonia silenciosa fruem para o nosso real projecto de eternos idealistas pois eis que são de ouro as coisas reais que dançam nos teus cabelos pois são como brumas que multiplicam nuvens e tecem conceitos que no teu peito enrolados choram comigo no pensamento que inconformado acaricia suavemente a tua própria acorrentada alma desfeita com ferros cor de rosa apunhalados pelo destino que tu própria escolheste sem tempo quando descalça de sentidos aprisionados amanhecias e despertavas comigo no vasto horizonte da tua mente pois o barulho que através do teu ansioso corpo respiras é a imagem que minha tu pintas-te e enterras-te no teto que encoberto pelo espírito do universo reflecte o desejo teu que dolorosamente aguarda que a casa em cima de sentimentos usados caia como valores que gastos se denunciam decompostos e que aos teus pés se ajoelham reincidentes sendo que eu rodeado por loucas sementes à procura do meu cérebro escondido neste filosófico sistema contingente já não deposito verdade alguma porque se na sociedade o que parece é (o que é na minha vida jamais aparece…