maldito saturno (filho da puta)
ladrão dos
meus sonhos queridos
tu que andas
sempre na minha sombra
tiraste-me
agora a musa que curaria o meu espírito
e que poderia sarar, a dor e a ferida que quíron em mim colocou
mas como tempestade, ei-de pelas tuas rígidas portas passar ileso
sereno
olhar-te-ei nos olhos e desse teu trono nojento, derrubar-te-ei para sempre
pois de mim
nunca terás intencionalidade nem colaboração (seu cabrão)
à tua vontade sistémica
só obedecerei obrigado
e ao teu
método tosco que destrói amores de verdade
jamais
entregarei o que quer que seja da minha vida
terás tu que
me aceitar tal como sou (meu menino)
pois não és tu,
nem o dono da morte nem o senhor do amor que eu sinto
cuida-te poder saturnino, pois como aliado meu
tenho eu plutão, o senhor da morte
que me sussurra agora mesmo ao ouvido
(no coração da minha querida amada, viverei para sempre)
(no coração da minha querida amada, viverei para sempre)
e da água que sofrida me corre no rosto e de mim brota, não és tu a causa
mas é o amor e
a sabedoria, que juntos afogar-te-ão para sempre
e porque este meu mundo
já não te concede mais autoridade ou reverência
por mim serás
exilado e no teu devido lugar colocado
entraremos numa nova era (contigo da minha vida ausente)
passarás a
ser a piada nos museus de história (seu palhaço)
pagarás pelo
que acabas-te de me tirar, farei rolar a tua cabeça
porque continuas
a tirar-me tudo, tudo o que às minhas mãos vem parar
mas a
realidade do pensamento, a ideia, esta jamais me tirarás
pois eu sei,
ela ainda respira com a minha imagem no seu pensamento
e ainda através do meu nobre e forte coração sente
e tu (saturno
de merda) aí tu não entras (nem que te fodas todo)
oh minha
querida prometida!
os teus
cabelos meus, a cor da tua pele, o balançar do teu elegante corpo
o teu
irresistível olhar de ternura, os teus lábios quentes e protetores
a serenidade
estampada no teu rosto e a tua determinação
(que agora se
quebrou e mudou com os justos ventos)
que saturno
não se apodere de ti e que a felicidade reine em ti para sempre
e tu querido saturno, rasgas-me o coração em pedaços (vezes sem conta)
mas
esqueces-te que ele não é teu filho da puta
alguém o há de
ressuscitar para sempre
e saio de
casa
percorro as ruas da minha cidade
percorro as ruas da minha cidade
o vento está
quente e eu sinto-te muito perto, mas não venhas
eu sei que estás
a pensar em mim, mas isso já não é nada
continuarei pois a
caminhar determinado e firme
para o sonho
que algures ainda me espera um dia
minha musa,
sentar-me-ei em breve ao lado daquela estátua
jorraremos
águas em conjunto, eu e ele, o meu dionísio
impressionante,
o ar continua quente enquanto caminho
mas contigo ou
sem ti, permanecerei neste ambiente citadino
as pessoas
olham-me mas eu nem as
conheço
estou eufórico, esperançoso
estou eufórico, esperançoso
só tu
preenches o meu pensamento
pressinto agora que alguém continuamente chama por mim
(mas não,
creio que não és tu minha querida)
a ideia de uma
nova musa apodera-se do meu pensamento
perdoa-me, mas devorá-la-ei a ela e a saturno
e continuo no
meu passeio kantiano (e esse também vai pagá-las)
acabei de
passar pelo quarto dos nossos sonhos
e um pássaro
canta por entre o trânsito
tocam os sinos,
dionísio ali está, imóvel, intenso
e eu, de boa
vontade, agora mesmo, partia-o em dois
pois queria
tornar-me nele, para poder, ser para ti eterno
porque ele é bem mais
puro do que eu
continua a jorrar água perenemente
e eu não (por agora)
mas ambos estamos sós, eu e ele, no meio da selva
a diferença é
que ele congelou os sentimentos (e eu não posso,
nem quero) pois continuarei a iludir-me irreverentemente
tenho frio,
entristeço, vou-me agora embora daqui
mas mais
tenso observo-o de novo, projeto-me nele
vejo no seu rosto a minha ferida
sofrida e não gosto nada
mas prossigo, percorro 200
metros por árvores em flor
e sento-me
sinto que a primavera desperta gentilmente, mas de repente
sinto que a primavera desperta gentilmente, mas de repente
um silencio impõe-se, apodera-se das minhas faculdades
(não, eu não pretendo filosofar, mas sim, é transcendente
não é
imanente, pois esse poder é para o senso comum
e este do qual
eu falo, é só para os eleitos)
e tudo parece mais belo e em ordem
ainda sentado
no mesmo local
um pensamento
abala e incomoda o meu espírito
(eu já o
conheço na minha mente)
é este maldito
sistema, esta terrível sociedade
de homens
sociáveis e burros, esta hipocrisia florescente
esta legião de
corruptas verdades, esta ignorância permanente
eis o que em
consciência o poder de urano me informa
inventarei a
criação de um novo mundo
saturno irá
suplicar o seu posto
mas a sua
energia já não mais fará parte de mim
e eu não o
ouvirei tampouco (pois estarei
numa outra dimensão)
numa outra dimensão)
e agora ainda contigo no pensamento
arrepio
caminho pelas ruas da minha cidade
escrevo em
andamento e afirmo
em tua honra,
deixarei crescer a barba por mais 5 dias
avisto agora
ao longe dois namorados que se beijam e se abraçam
e penso (jamais
me esquecerei de ti)
entro agora no
shopping, sisudo e de coração apertado
triste, dececionado, enraivecido, mas um pouco mais acordado
triste, dececionado, enraivecido, mas um pouco mais acordado
irei passar pela fnac, sentar-me numa certa mesa
e sozinho lá fumarei um cigarro
(irei chorar,
eu sei) mas não te preocupes
eu curar-me-ei
(e tu também)
subo agora as
escadas rolantes, ansioso
pois parece que me vou encontrar contigo (a minha nova diva)
(mas tive que
fazer um desvio para fumar um cigarro
pois senti que ia começar a chorar)
acendo agora um cigarro (já em lágrimas)
e grito
silenciosamente (puta que pariu a minha vida)
desgosto atrás
de desgosto, chapada atrás de chapada
tombo atrás de
tombo (mesmo que sempre firme na rocha!)
e penso, um
dia tudo fará algum sentido (ou não)
e segui pelo
shopping até ao meu objetivo
acabei de me sentar aqui mesmo
onde tiveste
sentada á minha frente
linda,
fantástica, maravilhosa, envolvente
(mas nada é
por acaso, aparece-me agora saturno, disfarçado)
e começo a refletir (não
percorrerei todos os sítios)
alguns irei
mantê-los na minha mente
outros
tentarei lidar com eles mentalmente
as catarses
surgirão naturalmente
e se algum dia
me vires novamente
verás em mim a
mesma luz que sempre vistes
aquela energia, aquela voz, aquele olhar e aquela postura
que um dia surgiu para iluminar o teu caminho
que um dia surgiu para iluminar o teu caminho
e que se
ressurgir novamente será para que a leves para sempre
(não a minha pessoa, mas a luz) que até ao teleológico fim
(só para os eleitos) te apoiará até ao infinito
(só para os eleitos) te apoiará até ao infinito